sexta-feira, 3 de julho de 2009




Hoje nós o redescobrimos. Redescobrimos, no dia em que
partiu, o quanto ele era bacana. Sua imagem bizarra forjada à base de sem-número de cirurgias plásticas e sua suposta predileção por garotos menores de 18 anos deram lugar a certa nostalgia.

Michael Jackson está morto. Na juventude de seus 50 anos foi embora depois de uma parada cardíaca (mas todos os mortos não são vítimas de paradas cardíacas?). Inesperada para mim. Para você. Para bilhões de nós. Sua morte nos levou aos anos 80, trouxe de volta aos nossos ouvidos “Thriller”, “Bad”, “Billie Jean”. Trouxe também os anos 90 de “Black or White”, “Remember the Time” e “Heal the World”. Ou os anos 70 de “Don’t Stop ‘Til You Get Enough”, “Rock With You” e “Get On The Floor”.

Michael, o Rei do Pop, não teve uma morte rápida. Sucumbiu lentamente à incapacidade de lidar com os graves problemas que guardava dentro de si. Que eram motivo de piadas engraçadas para nós, mas de dor para ele. O mito, a lenda. O homem que transformou a música pop contemporânea era um gênio infeliz e deprimido. Que nos alegrava. Ao ouvir um disco, ver um show ou jogar Moonwalker no videogame.

Nós redescobrimos Michael Jackson na sua morte. Lembramos que ele faz parte da vida de qualquer um que tenha entre 25 e 40 anos. Até mais jovens. Até mais velhos. Michael se foi e não veremos sua redenção. Isso aqui, sorry, é vida, não é um filme na tela de uma confortável sala stadium com som Dolby. Repetimos hoje as mesmas piadas de sempre. Velhas e engraçadas, cruéis e quase inevitáveis. Fizemos piada porque preferimos esconder a dor. Michael se foi. O rei está morto. Viva o rei.


CRÉDITOS DESSE TEXTO (http://www.estadodecirco.net/o-dia-em-que-o-coracao-de-michael-jackson-parou-de-bater/)

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